Edgard Matsuki
Do UOL, em Brasília
Há uma semana, um chip tem mudado a rotina dos 42 alunos do 1º ano do
Centro de Ensino Médio 414, em Samambaia (DF). A turma do 1º B se
tornou o centro das atenções na escola ao participar dos testes de um
sistema de controle eletrônico de frequência que avisa professores,
direção e pais sobre atrasos e tentativas dos alunos escaparem das
aulas.
O chip “dedo-duro” é colocado no uniforme dos alunos. Toda vez que o
estudante passa pelo portão de entrada da escola, um sensor registra a
presença no computador da escola e avisa os responsáveis por meio de
mensagem de celular. O sistema, que detecta a presença por ondas de
radiofrequência, também registra o horário de saída da escola.
Bruno Marques, responsável pelo sistema, diz que o chip é à prova de alguns tipos de tentativas de trapaças. “Se o aluno deixar o uniforme para outro colega trazer na mochila, o sistema vai detectar a entrada dos dois no mesmo momento. Se isso acontecer constantemente, a direção da escola pode investigar o que acontece”, explica.
A diretora da escola, Remísia Tavares, conta que a ideia de testar a tecnologia se deu por causa do alto índice de evasão de alunos no meio das aulas. “Acontece de uma aula começar com 40 alunos e no final da tarde, a sala estar com 15, 20. Tentamos outras formas de controle das faltas, mas não deu certo”, diz a diretora, que entrou em contato com a empresa do chip após ver uma reportagem a implantação do sistema em Vitória da Conquista (BA).
Com uma semana de testes, a diretora diz que ainda não é possível ver se o uso da tecnologia deu resultado. “O furor que a novidade trouxe fez com que os alunos ficassem bastante tempo fora da aula”, diz Remísia. Além do fator novidade, cinco uniformes com chip acabaram dando defeito.
Para a escola, será possível avaliar os resultados após o fim do ano letivo. Até lá o chip será testado gratuitamente. Caso a ideia pegue, os custos serão de R$ 16 mensais para cada aluno. Isso acarretaria em um gasto de cerca 28.800 reais todos os meses, já que o CEM 414 conta com, aproximadamente, 1.800 estudantes. “Teríamos que ver se os custos seriam pagos pelos pais. É possível que façamos uma reunião no início do ano que vem para apresentar os resultados e debater”, diz a diretora.
Bruno Marques, responsável pelo sistema, diz que o chip é à prova de alguns tipos de tentativas de trapaças. “Se o aluno deixar o uniforme para outro colega trazer na mochila, o sistema vai detectar a entrada dos dois no mesmo momento. Se isso acontecer constantemente, a direção da escola pode investigar o que acontece”, explica.
A diretora da escola, Remísia Tavares, conta que a ideia de testar a tecnologia se deu por causa do alto índice de evasão de alunos no meio das aulas. “Acontece de uma aula começar com 40 alunos e no final da tarde, a sala estar com 15, 20. Tentamos outras formas de controle das faltas, mas não deu certo”, diz a diretora, que entrou em contato com a empresa do chip após ver uma reportagem a implantação do sistema em Vitória da Conquista (BA).
Com uma semana de testes, a diretora diz que ainda não é possível ver se o uso da tecnologia deu resultado. “O furor que a novidade trouxe fez com que os alunos ficassem bastante tempo fora da aula”, diz Remísia. Além do fator novidade, cinco uniformes com chip acabaram dando defeito.
Para a escola, será possível avaliar os resultados após o fim do ano letivo. Até lá o chip será testado gratuitamente. Caso a ideia pegue, os custos serão de R$ 16 mensais para cada aluno. Isso acarretaria em um gasto de cerca 28.800 reais todos os meses, já que o CEM 414 conta com, aproximadamente, 1.800 estudantes. “Teríamos que ver se os custos seriam pagos pelos pais. É possível que façamos uma reunião no início do ano que vem para apresentar os resultados e debater”, diz a diretora.

A
turma do 1º B do do Centro de Ensino Médio 414, em Samambaia (DF), se
tornou o centro das atenções na escola ao participar dos testes de um
sistema de controle eletrônico de frequência que avisa professores,
direção e pais sobre atrasos e tentativas dos alunos escaparem das aulas
Edgard Matsuki/UOL
Divergências entre alunos e professores
A decisão sobre a implementação do chip só sairá no início do ano que
vem. Mas se depender dos alunos do CEM 414, a tecnologia não passará da
fase de testes. De acordo com uma professora da escola (que não quis se
identificar), há alunos com medo de o sistema ser implantado: “Eles
dizem que vão ser manipulados pelos pais”.
Entre os alunos da turma que testa a tecnologia, há os que não queriam o
chip, mas aceitaram por questões de segurança e os que não concordam de
forma nenhuma com a ideia.
Rafael Aguiar, pertencente à “turma do fundão” do 1º B, diz ser contra o
uso do sistema na escola: “Tem coisas mais importantes para se
preocupar aqui. A gente não tem quadra coberta e ficam falando de chip”.
Ele foi um dos cinco alunos que tiveram problemas com o sistema. Com um
sorriso no rosto e o chip na mão, ele explica: “Caiu da camiseta, né”.
Os representantes da turma Jéferson Alves e Bárbara Coelho são
indiferentes em relação ao uso da tecnologia. “Para mim não faz
diferença mesmo. Só uma vez na vida não fiquei na aula”, diz Jéferson.
Bárbara diz, que pela questão da segurança, o chip pode ser bom: “Os
pais vão saber que a gente chegou bem à escola. Apesar de que semana
passada fui assaltada a caminho de casa e ter chip não faria
diferença”.
Entre as outras turmas da escola, o sistema tem sido visto como
“desnecessário”. “Aqui não tem auditório, quadra de esportes e falta
professor. Aí vai gastar dinheiro com chip”, diz o aluno Juan
Cavalcanti, do 3º ano da escola. Outra aluna do 3º ano, que não se
identificou, diz que “não está se sentindo confortável com o sistema”.
Ao contrário dos alunos, os professores estão animados com a novidade.
“Não se trata apenas de controle. Ao receber as mensagens por SMS, os
pais vão estar mais participativos. E mais tranquilos”, diz a diretora
Remísia Tavares.
A supervisora pedagógica da escola Leila Souza ressalta que a medida
deve ajudar a desafogar as linhas telefônicas da escola: “Há muito pais
que ligam para saber se os filhos chegaram à escola. Com o aviso
automático, esse número de telefonemas diminuiria”.
O embate de opiniões entre professores e alunos é considerado normal
por Quézia Bombonatto, presidente da Associação Brasileira de
Psicopedagogia: "Quando a tecnologia convém [para os adolescentes],
serve. Mas quando é usada para controle, há protestos. Isso já aconteceu
no caso das câmeras de segurança nas escolas”. Ela ressalta que há uma
tendência de uso de tecnologia para o ensino. “Não dá para ir contra a
maré”, diz.
Já a Secretaria de Educação do Distrito Federal ainda não se posicionou
a respeito do uso do sistema. Por meio de nota, o órgão afirma que “não
foi avisado sobre os testes e que está estudando outros projetos
similares”. A SEDF diz que se os resultados do sistema da CEM 414 forem
positivos, há possibilidade de o sistema ser implementado em todas as
escolas do Distrito Federal.
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