Oque é a esquerda hoje neste país? É uma pergunta pertinente principalmente depois que o PT assumiu as rédeas do poder e parece usar de todos os artifícios para não largá-lo. Essa noção de esquerda nascida na França parece não combinar como o figurino de nossa esquerda cada vez mais metida em escândalos, cada vez mais conspurcada por negociatas, cada vez mais autoritária e menos democrática como atestam a política de nossa atual presidente.
O que restou daquela esquerda que pretendia mudar o mundo? Parece que ele foi enterrada junto com os escombros do muro de Berlim. Mais pragmática, a esquerda hoje tenta o poder com os mesmos jogos e vícios de antigos partidos, jogos que levaram ao mensalão e que estouraram em escândalos recentes como o de Palocci, do Ministério dos Transportes e vazaram pela Conab. Parece que ela foi absorvida pela política económica pra lá de neoliberal que o PT nunca usou mudar e que continua em voga. Há uma esquerda histérica e estéril hoje acomodada quase toda no PSOL um partido de uma pessoa só, sem viabilidade política e sem causar a menor emoção no eleitor. Essa esquerda está a esquerda da esquerda que tomou poder, mas para o votante, já escaldado com a experiência petista fica difícil acreditar em programas feitos na oposição que nunca viram prática no poder, discursos que estão rejeitados por todas as "metamorfoses ambulantes" de nossa pátria.
Aliás, há uma crise de esquerda no mundo depois que a União Soviética despencou Castro reformou-se e os chineses se tornaram os mais capitalistas dos comunistas. Severos e ortodoxos na vigilância interna de sua perpetua ditadura, mas dóceis e negociadores no comércio exterior que hoje fez da China uma aspirante a primeira economia do mundo. Desgraçadamente a esquerda tomba junto com o império capitalista americano como a mostrar que a dicotomia e a dualidade em que viveu uma geração não era só utópica. Era burra.
COLUNA
PÃO&CIRCO
POR MARCOS TAVARES
Jornal da PARAÍBA
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