Jornal da Paraíba
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Na
Paraíba, 173 municípios estão impedidos de receber transferência
voluntária da União e de firmar convênios com o governo federal por
apresentarem algum tipo de pendência, até o dia 30 de junho, junto ao
Cadastro Único de Convênios (Cauc), da Secretaria do Tesouro Nacional. O
número representa 77,6% dos municípios paraibanos, segundo a
Confederação Nacional de Municípios (CNM).
O
percentual é o 2º maior do Nordeste e o 4º maior do país, atrás apenas
dos Estados do Amapá (87,5%), Roraima (86,7%) e Alagoas (79,4%). Em
relação ao último balanço divulgado pela CNM, no mês de março, o número
de municípios paraibanos com restrições aumentou 8%, passando de 160
municípios com pendências para 173.
Na
Paraíba, 63 municípios apresentam mais de três pendências junto ao
Cauc, enquanto outros 29 municípios precisam resolver três pendências.
Na lista, constam ainda 43 prefeituras paraibanas que apresentam duas
restrições e 37 municípios com apenas uma pendência. No país 58% dos
municípios tinham algum tipo de impedimento na data do levantamento, ou
seja, 3.229 prefeituras.
Em maio deste ano, o total de municípios com apontamentos era de 4.320, neste mês a quantidade foi reduzida para 3.229.
Apesar
da diminuição de 33%, a CNM destaca que o número de prefeituras com
problemas ainda é grande. No entanto, a CNM não divulgou os dados da
Paraíba referentes ao mês de maio.
Conforme
a CNM, o Cauc é um Serviço Auxiliar de Informações para Transferências
Voluntárias. O Sistema faz a verificação da situação em quatro grandes
blocos, Obrigações de Adimplência Financeira, Adimplemento na Prestação
de Contas de Convênios, Obrigações de Transparência e Adimplemento de
Obrigações Constitucionais ou Legais.
Para
ter situação regular no Cauc os municípios precisam comprovar:
regularidade quanto a Tributos e Contribuições Federais e à Dívida Ativa
da União, quanto a Contribuições Previdenciárias, regularidade quanto a
contribuições para o FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), em
relação à adimplência financeira em empréstimos e financiamentos
concedidos pela União, regularidade perante o Poder Público Federal e
quanto à prestação de contas de recursos federais recebidos
anteriormente. Ainda são necessários a publicação do Relatório de Gestão
Fiscal (RGF), relatório resumido de Execução Orçamentária (RREO),
encaminhamento das contas anuais, exercício da plena competência
tributária, além de aplicação mínima de recursos em Educação e Saúde e
Regularidade Previdenciária (CRP).
É
neste último quesito que as prefeituras paraibanas encontram maior
dificuldade. Segundo o presidente da Federação das Associações de
Municípios da Paraíba (Famup), José Antônio Vasconcelos, Tota Guedes,
cerca de 90% dos municípios com pendências junto ao Cauc apresentam
problemas com a previdência.
No
entanto, Tota Guedes afirmou que as pendências não interferem em
convênios feitos entre os municípios e o governo federal referentes a
Saúde e Educação. “A situação fica difícil porque deixa o município sem
receber importantes recursos. A capacidade de investimentos dos
municípios com recursos próprios é praticamente zero e na maioria das
vezes os municípios dependem do governo do Estado e governo federal”,
disse Tota Guedes.
Sem
CRP, os municípios ficam impedidos de, por exemplo, firmar convênios
para o desenvolvimento do turismo. “E isso acontece em outros
ministérios também”, explicou Tota Guedes. Como solução para o impasse, o
presidente da Famup sugere um encontro de contas entre os municípios e o
governo federal. Dessa forma, seriam revisadas as dívidas que os
municípios possuem junto à Previdência Social.
“Alguns municípios têm valores a receber e não a pagar”, concluiu Tota Guedes.
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