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A Lei de Acesso à Informação
(12.527) e a Lei da Transparência (LC 131), os dois principais
instrumentos jurídicos que garantem o acesso dos cidadãos às informações
públicas, poderão levar muitos gestores paraibanos a terem as contas do
ano passado reprovadas pelo Tribunal de Contas
do Estado da Paraíba (TCE-PB). De acordo com o conselheiro André Carlo
Torres Pontes, coordenador do Fórum Paraibano de Combate à Corrupção
(Focco), o tribunal será rigoroso na cobrança do cumprimento das leis,
em vigência há 2 anos, no caso da LAI, e há um ano no caso da LC 131.
As leis garantem ao cidadão saber como
os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário administram os recursos
públicos. O último levantamento do Focco, divulgado em dezembro do ano passado,
mostrou que os portais da transparência de prefeituras e câmaras
municipais paraibanas - instrumento obrigatório na execução da LC 131 -
ainda deixam a desejar, especialmente no que se refere a navegabilidade e
rapidez de acesso aos dados.
O conselheiro André
Carlo lembra que todos os prazos estabelecidos na legislação para o
cumprimento da LC 131, de 27 de maio de 2009, já expiraram, inclusive
para municípios de até 50 mil habitantes, a quem foi dado prazo de
quatro anos para cumprir a lei.
Há um ano, portanto, é obrigatória a disponibilização, em tempo real,
de informações pormenorizadas sobre a execução orçamentária e financeira
da União, dos Estados, do Distrito Federal e de todos os municípios.
"Este não é mais momento
de orientar, mas de avaliar e punir aqueles que não cumprirem o que
determina a legislação. E esta tem sido a tônica do tribunal: orientar,
ensinar, oferecer as ferramentas necessárias e depois punir aqueles que
insistem em não seguir a lei", disse o conselheiro do TCE. André Carlo
adiantou que as contas de
2013 dos municípios já estão sendo avaliadas e que o tribunal está na
iminência de punir concretamente aqueles que ainda não se adequaram às
leis.
Além da reprovação das
contas dos gestores, o descumprimento da legislação também gera multas
para os infratores que pode chegar a R$ 8 mil. É importante lembrar que a
reprovação das contas pelo TCE de prefeitos que também são ordenadores
de despesas (o caso de 221 municípios paraibanos), pode tornar o gestor
inelegível com base na lei da Ficha Limpa.
O conselheiro André
Carlo ressalta que a transparência é um instrumento da sociedade para o
exercício da cidadania. Desde o início do Regime Republicano, o cidadão
tem o direito de saber de forma proativa o que é feito com os recursos
que são colocados à disposição dos gestores. "O acesso à informação e a
transparência é um direito da sociedade que remonta o início do período
republicano no Brasil, que se deu no final do século 19. De lá para cá, o
ordenamento jurídico vem criando leis para que isso se concretize",
contextualiza.
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