Agência Câmara
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O governo federal prevê salário mínimo de R$ 779,79 para 2015, o que
significa um aumento de 7,71% em relação aos R$ 724 atuais. O dado foi
divulgado nesta terça-feira (15) em coletiva dos ministros da Fazenda,
Guido Mantega, e do Planejamento, Miriam Belchior, sobre os principais
pontos da proposta de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2015,
que será entregue ainda hoje ao Congresso. A proposta não faz referência
as regras do orçamento impositivo.
Pelas regras atuais, o ano de 2015 será o último no qual será adotada
a atual fórmula de correção do salário mínimo, ou seja, variação da
inflação do ano anterior e do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos
antes. A política de reajuste foi aprovada pelo Congresso em 2011.
Superavit
Para 2015, o governo estabeleceu a meta de superavit
primário (economia feita para pagar os juros da dívida pública) em 2,5%
do PIB - R$ 143,3 bilhões em economia, com projeção de percentuais
iguais para 2016 e 2017. Esse é o mesmo valor previsto pelo governo para
este ano, anunciado em fevereiro. Desse total, R$ 114,6 bilhões (2% do
PIB) correspondem à parcela da União.
O restante (R$ 28,7 bilhões) da economia fica a cargo de estados e
municípios - caso não cumpram a meta, o governo federal poderá compensar
com, por exemplo, cortes no Programa de Aceleração do Crescimento
(PAC). - Se houver um cenário melhor, se a economia de 2015 crescer
mais, vamos elevar a meta de superavit primário. Sempre à custa do
governo central - disse Mantega.
O ministro também confirmou que o governo buscará manter a meta de superavit para este ano em 1,9%.
Inflação e dívida
A projeção para a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao
Consumidor Amplo (IPCA), na avaliação do governo, deve chegar a 5% em
2015, um ponto percentual a menos que o previsto pelo último relatório
Focus (6%), feito por analistas de mercado e divulgado semanalmente pelo
Banco Central.
O governo estima que a dívida pública líquida chegue a 33% do PIB –
estimativa um pouco menor do que a apresentada em fevereiro (33,6%),
quando foi anunciado o contingenciamento do orçamento de 2014. Em 2002, o
percentual era de 60,4%.
Crescimento econômico
O crescimento do PIB previsto pelo Executivo para o ano que vem é de
3%, maior que os 2% indicados pelo relatório Focus. O valor nominal do
crescimento da economia está em R$ 5,733 bilhões.
Para Mantega, a alta do dólar e o aumento do preço dos alimentos, por
causa da seca prolongada no início do ano, não se repetirão em 2015.
Assim, o governo espera alcançar a meta de crescimento de 3%.
- Além dos choques de alimentos tivemos a pressão do câmbio. Em 2015
não temos pressão de câmbio, que deve ficar a R$ 2,40. As variáveis
internacionais estão mais acomodadas - afirmou o ministro.
Prioridades
As prioridades da LDO 2015 são as mesmas da lei de 2014: os programas Brasil sem Miséria, PAC e Minha Casa, Minha Vida.
Na LDO, o governo estabelece as metas e prioridades da administração
pública federal. O texto consolida as propostas de cada Poder
(Executivo, Legislativo e Judiciário) e do Ministério Público da União.
De acordo com a Constituição, hoje é a data limite para o Executivo
enviar a proposta ao Legislativo. Os parlamentares precisam aprovar o
texto até 17 de julho, caso contrário o recesso parlamentar do meio do
ano é cancelado.
Relatório Focus
A inflação medida pelo IPCA em 2014 está em 6,47%, de acordo com o
relatório Focus divulgado na última sexta-feira (11). Há quatro semanas,
a estimativa estava em 6,11%. Para 2015, a projeção subiu, na última
semana, de 5,84% para 6%.
O crescimento do PIB deste ano, segundo o relatório, deve ser de
1,65%, pequena alta em relação à análise da semana passada (1,63%).
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