Fonte: G1
Uma advogada foi presa na manhã desta quarta-feira (28) suspeita de comandar um esquema de fraude no programa federal de habitação popular ‘Minha Casa, Minha Vida’. Além dela, outras três pessoas foram levadas para a sede da Polícia Federal em João Pessoa para depor, sendo um mestre de obras, um corretor de imóveis e um ex-funcionário de correspondente bancário, todos suspeitos de participação no esquema. A Polícia Federal encontrou fraudes em 17 financiamentos, somando um desvio de R$ 1,7 milhão.
A prisão aconteceu durante uma operação conjunta entre a PF e Ministério Público Federal, que também apreendeu uma BMW no valor estimado de R$ 200 mil, carimbos de prefeitura e muita documentação. Todo o material vai ajudar a dar continuidade à investigação, que começou há dez meses a partir de uma denúncia feita pela Caixa Econômica Federal (CEF), responsável pela gestão do programa.
Segundo a PF, a advogada pagava a ‘laranjas’ para usar seus documentos e ter acesso a financiamento de casa própria através do programa federal para compras que, na verdade, não aconteciam e ela ficava com o dinheiro retirado.
No momento das visitas técnicas pelos engenheiros da CEF, ela levava os profissionais para imóveis que lhe pertenciam ou que eram de outras pessoas envolvidas no esquema. Segundo a PF, alguns imóveis também pertenciam a pessoas que sequer sabiam do negócio.
Para que os contratos fossem liberados, o grupo falsificava documentos. “Eles criavam uma renda para esse compradores, que se valiam de comprovantes de renda falsos. Essa renda se valia d e dados falsos de outroas empresas que foram vítimas do esquema. Essas pessoas não iam morar na casa, ficavam com uma parte do valor e a casa volta a ficar disponível para compra ou locação”, diz o delegado da PF, Leonardo Paiva.
A fraude foi identificada pela CEF, que começou a cruzar dados sobre os imóveis envolvidos, já que o mesmo imóvel era usado em vários processos. Além disso, os financiamentos passaram a ficar inadimplentes e o banco começou a chamar os responsáveis pelos contratos. Os contratos em que já foram confirmadas fraudes dão conta de que o grupo atuava há pelo menos dois anos em parceria com uma construtora que atua há seis anos no mercado.
A advogada está presa preventivamente porque, segundo a PF, pode atrapalhar o trabalho de investigação. Ela foi presa em casa, no bairro de Tambauzinho. Os três homens que prestaram depoimento foram liberados em seguida. A presa vai responder por formação de quadrilha e obtenção fraudulenta de financiamento. Ela já tinha sido presa este ano suspeita de obter precatórios de forma fraudulenta, mas teve a prisão relaxada, segundo a PF. Ela deve ser ouvida pela polícia na tarde desta terça-feira e cada contrato será analisado individualmente para identificar os responsáveis.
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