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sábado, 3 de dezembro de 2011

Museu de cultura popular paraibana será disponibilizado na internet

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A memória da cultura popular paraibana poderá ser acessada de qualquer parte do planeta, através do site www.museunuppo.com.br . Assim, denominações únicas como barca, cambinda, índios de carnaval, pontões, babau, dentre outras, reunidas com outras manifestações da tradição oral, tomarão rumos da Paraíba para o mundo, através de uma simples visita virtual.

Dia 7 de dezembro, às 11 horas, haverá o lançamento do Projeto de Disponibilização do Museu de Cultura Popular Nuppo – Núcleo de Pesquisa e Documentação da Cultura Popular da Universidade Federal da Paraíba. O projeto é patrocinado pela Petrobrás e retoma a concepção de “acervo vivo”, de pesquisas gerando mais pesquisas.

Segundo a coordenadora do projeto, Alice Lumi Satomi, a visita virtual além de ampliar o acesso e consulta aos acervos, permitirá a constante atualização e intercâmbio do banco de dados. Ela informou que o Nuppo reúne parte expressiva da tradição popular nordestina, especialmente a paraibana. “Este terreno fértil é ainda pouco afetado pela cultura de massa”, comenta Alice garante que tem atraído pesquisas quase que ininterruptas, desde o início do século vinte, destacando-se: destacando-se: Rodrigues de Carvalho, na década de 10; Mário de Andrade, nas décadas de 20 e 40; Simeão Leal, nos anos 50; Altimar Pimentel, na década de 60; Tenente Lucena, Osvaldo Trigueiro e Roberto Benjamin, anos 70; René Vandezande, Maria Ignez e Marcos Ayala, na década de 80; Idelette dos Santos, anos 90; e, na última década, Carlos Sandroni.

Ainda segundo Alice, boa parte dos trabalhos desses pesquisadores encontra-se no Nuppo, mas os documentos e registros em fita magnética (rolo e cassete) estavam correndo riscos irreparáveis. O ponto de partida foi o acervo sonoro constituído de duzentas fitas magnéticas “de rolo” (das quais menos da metade pôde ser transcrita para CD), contendo registros da cultura popular paraibana entre as décadas de 60 e 80, que podem ser de grande valia para áreas inter e multidisciplinares (antropologia, literatura, sociologia, comunicações, educação), especificamente para a etnomusicologia.

Museu abriga 1107 peças artesanais

Situado no prédio da Reitoria da Universidade Federal da Paraíba, sendo um setor da Coordenação de Extensão Cultural, vinculada à Pró-Reitoria de Assuntos Comunitários, o Nuppo surgiu em 1978, com o objetivo de “registrar, preservar e promover o folclore regional”, segundo Osvaldo Trigueiro, o primeiro coordenador. De acordo com o projeto, o Museu de Cultura Popular exibe uma parte do seu acervo material e a coleção completa soma 1107 peças artesanais: 658 peças utilitárias (trabalho, lamparinas, cozinha, banho, brinquedos, rendas, instrumentos musicais e adereços cênicos), 249 peças decorativas (em cerâmica, madeira, metal, fibras e recicláveis) e 200 folhetos de cordel.

Em relação ao conteúdo e temática o projeto subdividiu a coleção em cinco séries: a) ciclos de vida – artesanatos utilitários, religiosos e decorativos, cantigas de trabalho, lazer e reza; b) prosas, versos e desafios – literatura de cordel, contadores de estórias, cantadores, repentistas e emboladores; c) Brincantes – cavalo marinho, coco, ciranda, pastoril, congos, reisado, pontões, barca, cambindas; d) música instrumental – pífanos, rabeca, índios de carnaval; e) minorias sociais – juremeiros, negros Caianas, índios Potiguara.

A biblioteca disponibiliza para consulta local uma coleção de mais de 1400 títulos entre livros, revistas, anais, boletins, monografias, dissertações e teses dos quais 1/3 versa sobre a tradição oral nordestina. Uma publicação considerada notável do Nuppo é a coletânea de contos populares, resultado da Jornada de Contadores de Estórias da Paraíba, organizadas por Altimar Pimentel, Myriam Gurgel Maia e Ivaldo Nóbrega.

A sala áudio visual abriga o arquivo documental, contendo o acervo imaterial, com mais de dois mil testemunhos: documentos e entrevistas textuais, 1730 registros iconográficos (fotos, slides, fitas vídeos e DVDs) e 514 itens sonoros, entre fitas magnéticas, discos em vinil, CDs. Todo esse material foi recolhido, sobretudo, na Paraíba pelos coordenadores e pesquisadores ao longo das três décadas de existência.

Os acervos têm atingido, principalmente, o público local com a exposição permanente do acervo museológico e exposições temporárias, organizadas por temáticas ou calendário da cultura popular.

“Através do projeto, acreditamos que o Nuppo alcançará um novo vigor não somente junto à comunidade acadêmica – ampliando a percepção, recepção e pesquisa da cultura popular – mas também a própria comunidade que gerou as fontes para o nosso acervo”, conclui Satomi. 
 
Redação iParaíba com Ascom

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