Aliny Gama
Especial para o UOL Educação
Em Maceió
Especial para o UOL Educação
Em Maceió
A superintendência da PF (Polícia Federal) em Fortaleza (CE) informou, no final da tarde desta quarta-feira (26), que instaurou inquérito policial para investigar o vazamento de questões nas provas aplicadas no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) 2011.
O MEC (Ministério da Educação) protocolou hoje o pedido de investigação
do caso à PF, mas agentes federais já tinham iniciado os levantamentos iniciais
antes da chegada da solicitação. Segundo a PF, policiais já trabalhavam no
monitoramento de informações e declarações dos estudantes do Ceará sobre o Enem
2011.
O ministério também descartou anular as questões a que os alunos do
Colégio Christus, em Fortaleza, tiveram acesso antecipado. A afirmação foi
feita na tarde desta quarta-feira (26). Segundo a assessoria do ministério,
anular os itens feriria o princípio de igualdade em relação aos outros
estudantes do país, já que, em tese, somente os alunos do Christus tiveram
acesso às questões do pré-teste. Ainda de acordo com o MEC, a discussão sobre
os itens só surgiu na internet depois que as provas foram concluídas.
Desclassificação
O MEC vai desclassificar os alunos do Colégio que fizeram a prova. Até
o momento, o número que o MEC divulgou é de 639 inscritos.
As perguntas vazaram do pré-teste aplicado pelo Inep (Instituto
Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), conforme o UOL Educação apurou.
Testes prévios do Enem foram feitos no Colégio , em outubro do ano passado.
Histórico: problemas do Enem
Rodrigo Clemente/O
Tempo/Agência Estado
Estudante faz protesto contra
erros do Enem 2010
Vazamentos, erros e falhas de
segurança marcaram as três últimas edições do Enem
Segundo o diretor do colégio, Davi Rocha, “não é possível afirmar” que
as questões saíram do banco de questões do MEC, mas que “imagina que tenha”. De
acordo com ele, o Christus não teve acesso ao pré-teste, somente alguns
estudantes –e que eles podem ter colocado os itens no banco do colégio.
O colégio diz que vai recorrer da decisão do MEC de anular o Enem dos
seus 639 estudantes. Em nota divulgada em seu site na noite desta quarta (26),
o colégio diz que "considerando que o direito brasileiro só admite a
aplicação de sanções quando haja a prática de ilícito, e que o restabelecimento
da isonomia, no caso, apenas se cumpriria legalmente com a anulação das
questões sob suspeita, o COLÉGIO CHRISTUS promoverá a defesa dos direitos de
seus alunos na esfera administrativa e judicial".
Anulação das questões
O procurador da República no Ceará Oscar Costa Filho disse que
recomendou à presidente do Inep (Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais),
Malvina Tuttman, que sejam anuladas as questões que vazaram para todos os
candidatos.
"Se vazou, como eu posso dizer que foi só para aquele pessoal. Eu
disse [para a presidente do Inep] que essa solução [cancelar o exame só dos
alunos do colégio Christus] não se sustenta. Eu coloquei na recomendação que
esse era um concurso nacional e ela estava querendo dar uma solução
local", disse Costa Filho.
O procurador afirma que anular todo o exame iria causar um dano muito
grande, "a anulação parcial causaria menos trauma". "Tem
candidatos vão gostar e os que não vão gostar. Mas esse é o remedio",
disse.
Pelas redes sociais
Os itens deste simulado foram colocados em redes sociais na internet
por estudantes na noite de terça-feira (25). Após a divulgação, o MEC
(Ministério da Educação) confirmou que pelo menos nove questões eram idênticas
às aplicadas no último final de semana.
Nenhum comentário:
Write comentáriosO Blog Não irá se responsabilizar por comentários ofensivos.