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As
contas de luz na Paraíba vão aumentar a partir desta segunda-feira (2).
A tarifa das cidades atendidas pela Energisa Borborema aumentam em 5,7%
e os municípios atendidos pela concessionária Energisa PB terão alta de
3,8%. O reajuste começa a vigorar após a revisão extraordinária
aprovada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) na
sexta-feira (27). No início de fevereiro, a conta de energia já tinha
sofrido um primeiro reajuste para Campina Grande e outras cinco cidades
da Paraíba.
A
alta para os estados do Norte e Nordeste será em média de 5,5%,
inferior ao repasse para os consumidores do Sul, Sudeste e Centro-Oeste,
cuja alta vai ser de 28,7%, na média, 4,5 vezes maior.
Ao
todo, a Aneel autorizou o reajuste das tarifas de 58 das 63
distribuidoras de energia do país. Os cerca de 1,2 milhão de
consumidores da AES Sul, que atende em 118 cidades do Rio Grande do Sul,
terão o maior reajuste, de 39,5%.
Entre
as maiores distribuidoras, os mais altos serão da Copel (36,4%), que
atende a clientes no Paraná, da Eletropaulo (31,9%), que atua em São
Paulo, e da Cemig (28,8%), que atende a consumidores de Minas Gerais.
Clientes
de quatro distribuidoras não serão atingidos pelo reajuste extra das
contas de luz. Os da CEA, do Amapá, porque a empresa não pediu à Aneel a
revisão extraordinária. Já os da Amazonas Energia (AM), Boa Vista e
CERR (RR), estão livres porque vivem em regiões que não são atendidas
pelo Sistema Interligado Nacional (SIN), rede de linhas de transmissão
que liga o país, e por isso não participam do rateio de contas do setor.
Aumento extra
As
revisões extraordinárias aprovadas nesta sexta-feira são um aumento
extra nas contas de luz, aplicado quando há risco de desequilíbrio nas
contas das distribuidoras. Portanto, os consumidores podem esperar por
nova alta em suas tarifas ao longo de 2015, pois a Aneel ainda vai
autorizar o reajuste ordinário, aquele que já ocorre uma vez por ano.
Também
nesta sexta, a Aneel aprovou a previsão de orçamento da CDE para 2015 e
determinou que os consumidores paguem, via contas de luz, R$ 22,06
bilhões para o fundo do setor elétrico. O dinheiro vai financiar, entre
outras ações, o programa Luz para Todos, o subsídio à tarifa de famílias
de baixa renda, combustível para usinas termelétricas no Norte do país e
o pagamento de indenizações a empresas.
Consumidores
do Sul, Sudeste e Centro-Oeste vão pagar 80% desse valor. Aos
consumidores do Norte e Nordeste, será repassado 20% do total. A
arrecadação dos R$ 22,06 bilhões será feita ao longo de 2015.
Equilíbrio
O
diretor-geral da Aneel, Romeu Rufino, afirmou que o reajuste extra vem
corrigir "eventos que perturbam o equilíbrio econômico e financeiro das
distribuidoras", entre os quais o repasse da CDE "é o principal item".
“Com
essas decisões que estão sendo tomadas, completamos o ciclo para
alcançar a sustentabilidade do setor elétrico por meio da tarifa”, disse
Rufino. A medida faz parte dos esforços do governo para equilibrar as
contas públicas e reverter o processo de perda de credibilidade. No caso
do setor elétrico, isso significa suspender ajuda financeira às
distribuidoras, por meio de recursos do Tesouro, e promover o chamado
“realismo tarifário”, ou seja, repassar às tarifas todos os custos do
setor.
Bandeiras tarifárias
A
Aneel já havia tomado nesta sexta uma outra decisão que implica em
aumento das contas de luz para os brasileiros ao aprovar o aumento na
taxa extra das bandeiras tarifárias, cobrada nas contas de luz quando há
aumento no custo de produção de energia no país. Os novos valores,
agora oficiais, começam a valer na próxima segunda-feira (2) e são os
mesmos propostos no início de fevereiro, quando o assunto foi levado a
audiência pública.
Em
caso de bandeira vermelha, que vigora atualmente em todo país e
sinaliza que está muito caro gerar energia, passará a ser cobrada nas
contas de luz uma taxa extra de R$ 5,50 para cada 100 kWh
(quilowatts-hora) de energia usados, aumento de 83,33% em relação aos R$
3 cobrados entre janeiro e fevereiro.
Já
no caso de bandeira amarela, que sinaliza que a produção de energia
está um pouco mais cara, taxa extra aplicada passa de R$ 1,50 para R$
2,50 (+ 66,66%). Não houve alteração em relação à bandeira verde, que
sinaliza que não há custo adicional para produção de eletricidade e,
portanto, não é aplicada a taxa extra.
Os
recursos arrecadados via bandeiras vão cobrir o custo extra pelo uso
mais intenso no país de termelétricas (usinas movidas a combustíveis
como óleo e gás e que geram energia mais cara), além da compra, pelas
distribuidoras, de energia no mercado à vista, onde o preço também é
mais alto.
Assim
como no caso da revisão extraordinária, as distribuidoras deveriam
pagar essa fatura no primeiro momento para depois repassar aos
consumidores no reajuste anual. Como elas alegam não ter recursos para
isso, as bandeiras permitem a arrecadação imediata.
Governo
e Aneel apontam que essa troca (arrecadação imediata via bandeiras ao
invés de aguardar o reajuste) é vantajosa para os consumidores, que
seriam obrigados a pagar juros às distribuidoras caso elas bancassem os
gastos extras nesse primeiro momento.
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