Fonte:
Portal Correio
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A organização
ambientalista internacional WWF lançou na última quarta-feira (25), em
âmbito global, a Hora do Planeta 2015, que ocorrerá no dia 28 de março.
Nesta data, pessoas, empresas e cidades devem apagar suas luzes por 60
minutos, como um alerta mundial contra o aquecimento global. Este é o
sétimo ano consecutivo que a WWF promove a iniciativa para enfrentar as
mudanças climáticas.
No Brasil, as crises
hídrica e energética serão o tema central da campanha, disse o
coordenador do Programa Água para a Vida, da WWF-Brasil, Glauco Kimura
de Freitas. “Nós somos muito dependentes da matriz hidráulica. Aí, não
chove, não tem água para gerar energia, para beber e se usa combustível
fóssil, como termelétricas para gerar energia, que é mais cara e mais
poluente". Com isso, os gases de efeito estufa aumentam o problema do
aquecimento global gerando mais secas. "Ou seja, a gente está em um
ciclo vicioso”, acrescentou.
Glauco Kimura ressaltou
que a Hora do Planeta é uma oportunidade para as pessoas refletirem.
Quando os cidadãos, as empresas e os governos apagam as luzes por uma
hora, eles refletem sobre qual é a contribuição de cada um para a
solução dos problemas ligados às mudanças climáticas. Ele explicou que,
no caso do Brasil, a ideia é "aproveitar isso como um grande ato de
mobilização. Nós vamos, este ano, propor uma petição ao governo federal
para que se crie um plano nacional de proteção das nascentes”.
Kimura considerou
positiva a decisão dos governos estaduais e federal de construir mais
reservatórios, embora não seja suficiente para solucionar as crises
hídrica e energética. “Essa não pode ser vista como a única solução”.
Segundo ele, a dependência da matriz hidráulica coloca o país em uma
situação de vulnerabilidade. “A gente não pode garantir que essa crise
não se repetirá no futuro. Ela pode se tornar cada vez mais frequente e
intensa devido às mudanças climáticas daqui para a frente”. Para ele,
não pensar em modelos alternativos é “insistir no erro”.
Por isso, ressaltou o
coordenador, a WWF Brasil defende a proteção das bacias hidrográficas
como um todo, em paralelo à construção de novos reservatórios, para não
correr o risco de ter mais reservatórios no futuro, sem água. “O que
abastece os reservatórios são as nascentes dos rios”, frisou. Kimura
destacou que os rios estão sendo “soterrados, aterrados, degradados e
desmatados” no Brasil a um custo muito alto.
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