Ricardo Coutinho demitiu mais de 17 mil em janeiro, alegando contenção de gastos.
Lenilson Guedes
Nos
últimos oito meses, 15.718 novos prestadores de serviço foram
recontratados pelo governo do Estado. No início do seu mandato, em 1º de
janeiro, o governador Ricardo Coutinho (PSB) demitiu 17.783 servidores
com contratos temporários, alegando a necessidade de conter gastos e
equilibrar as finanças do Estado. Com o passar dos meses, o que se viu
foi a volta paulatina dos prestadores de serviço.
No início do governo Ricardo Coutinho, a máquina estadual contava em seus quadros com 13.489 prestadores de serviço.
Em
dezembro de 2010, no final do governo de José Maranhão (PMDB), o total
de prestadores somava 31.282. Em agosto de 2011, o atual governo já
contabiliza em seus quadros 29.207 servidores.
Mês
a mês a folha de pessoal mostra uma evolução na contratação dos
prestadores de serviço. Se em janeiro eles somavam 13.487, em fevereiro o
número passou para 15.421. Já em março subiu para 17.318, passando para
20.562 em abril; para 24.623 em maio; saltando para 27.596 em junho;
para 29.175 em julho; até chegar a 29.207 em agosto. Os números dos
meses de setembro e outubro ainda não entraram no Sistema Sagres.
No
começo do governo, Ricardo Coutinho e o procurador-geral de Justiça,
Oswaldo Trigueiro do Valle Filho, assinaram um termo de ajustamento de
conduta (TAC), prevendo a demissão imediata de metade dos prestadores de
serviço. Pelo documento, foram poupados os prestadores de serviço com
atuação em áreas essenciais, como saúde, educação e segurança pública.
A
secretária da Administração, Livânia Farias, foi contactada para falar
do assunto, mas alegou que fez uma cirurgia e não poderia prestar os
esclarecimentos. Ela pediu para entrar em contato com sua assessoria,
que por sua vez informou não dispor das explicações. Já o
procurador-geral Oswaldo Filho revelou que está sendo feita uma
investigação pelo Ministério Público. “Se tiver excesso na contratação
de prestadores de serviço, nós vamos buscar as informações junto ao
governo para tomar as providências”, afirmou.
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