O
Município que não tiver plano de gestão dos resíduos sólidos até
agosto de 2012 não poderá mais receber recursos federais para ações no
setor. A obrigatoriedade está prevista na Política Nacional de Resíduos
Sólidos – instituída pela Lei 12.305/2010. E pelo texto legal, o prazo
para que Estados e Municípios elaborem os projetos termina daqui a
cinco meses.
Desde
que a lei foi aprovada, o presidente da Confederação Nacional dos
Municípios (CNM), Paulo Ziulkoski, tem alertado o Congresso Nacional e o
governo para o custo da demanda e a falta de condições de os
Municípios cumprirem. “Se produz lei, se dá prazo para cumprir, mas não
se diz onde está o dinheiro para aplicá-la”, salientou o líder
municipalista mais uma vez.
De
acordo com informações da CNM, dos 5.563 Municípios apenas 300 haviam
elaborado os planos, há um ano atrás, e entre eles quatro capitais. Em
entrevista a Agência Senado, Ziulkoski voltou a falar da
dificuldade de implantar os programas de coleta seletiva e fechar os
lixões até 2014. Ele estima que seja preciso construir mais de mil
aterros sanitários no país. “Usando como base os aterros de pequeno
porte que atingem 200 mil habitantes, os municípios brasileiros vão
precisar levantar mais de R$ 52 bilhões para transformar os lixões em
aterros sanitários dentro do prazo”, calculou.
Apesar
de afirmar que o governo tem colocado instrumentos à disposição das
prefeituras, o diretor de Ambiente Urbano do Ministério do Meio
Ambiente (MMA), Silvano Costa, reconhece o impacto das mudanças sobre
os Municípios. De acordo com o representante do governo, o MMA abriu
edital para candidatos a receber recursos destinados aos planos. O
edital foi aberto em 2011, e até agora apenas 23 intermunicipais foram
contratados pela Caixa Econômica Federal.
Até
2015, o Ministério das Cidades prevê destinar R$ 1,5 bilhão aos
resíduos sólidos. No entanto, para habilitarem-se aos recursos, os
Municípios deverão atender requisitos como soluções regionalizadas,
sustentabilidade econômica, ambiental e social, com inclusão dos
catadores na coleta seletiva regular.
Da Agência CNM, com informações da Agência Senado.
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