O desmatamento na Amazônia Legal em julho de 2011 caiu 40% em
comparação ao mesmo mês de 2010, mas nos últimos 12 meses a devastação
do bioma cresceu 9%, de acordo com o Instituto do Homem e Meio Ambiente
da Amazônia (Imazon), que faz um monitoramento paralelo ao oficial da
cobertura florestal da região.
Segundo os dados divulgados nesta terça-feira (23), no mês passado a
floresta perdeu uma área de 93 km², cinco vezes o tamanho da Ilha de
Fernando de Noronha. Deste total, 41% ocorreu no Pará, seguido de Mato
Grosso (23%), Rondônia (18%) e Amazonas (14%).
A queda no desmatamento também foi percebida pelo sistema de
monitoramento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Em
julho passado, 224,9 km² de floresta foram derrubados na região no
período, número 54% menor que o índice do mesmo mês de 2010.
Mapa
produzido pelo Imazon mostra em vermelho os pontos de desmatamento
detectados pelos técnicos do instituto no mês de junho (Foto:
Divulgação/Imazon)
De acordo com a pesquisadora Sanae Hayashi, do Imazon, o Pará foi o
estado que mais apresentou decréscimo no último mês (queda de 51% na
devastação), seguido de Mato Grosso (redução de 40%).
“Desde que foi detectado o avanço na destruição da floresta (em meados
de março e abril), sentimos uma desaceleração no ritmo do desmatamento.
Operações federais e programas que combatem a pecuária em áreas ilegais e
a venda de madeira extraída de forma clandestina parecem ter dado algum
resultado”, disse.
Balanço anual
No acumulado do ano (medição feita entre agosto/2010 a julho/2011), a
floresta amazônica perdeu um total de 1.627 km², área maior que o
tamanho da cidade de São Paulo. O montante é 9% superior ao número
detectado pelo Imazon entre agosto/2009 e julho/2010.
Entretanto, a pesquisadora da organização ambiental alerta que os
números de devastação poderão ser maiores. A confirmação ocorrerá apenas
em meados de outubro, com os dados do Prodes, divulgados pelo Inpe e
utilizados pelo Ministério do Meio Ambiente como dados oficiais.
No período de agosto/2009 a julho/2010, o Prodes identificou a perda de
6.451 km² de cobertura vegetal da Amazônia. “A nossa expectativa é que
ocorra aumento. O governo tem que abrir os olhos e continuar com a
fiscalização pesada, principalmente nestes meses de seca na Amazônia e
com grande ocorrência de queimadas", disse Sanae.
DO: http://g1.globo.com
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