José Eduardo Mendonça
Consumo abundante traz grande número de males
A superabundância de açucar na dieta ocidental não está apenas tornando as pessoas mais gordas – está afetando sua saúde. A evidência científica mostra que a quantidade de açúcar consumida por um cidadão médio em um país como os EUA leva a doenças metabólicas, que por sua vez levam a distúrbios crônicos no coração, a AVCs, câncer e diabetes. O excesso de açúcar também cria um cascata de alterações químicas no corpo, anulando o efeito de hormônios que nos informam que comemos o suficiente, e prejudicando o comportamento de neurotransmissores, nos deixando com mais fome.
O açúcar precisa ser regulamentado, como outras substâncias tóxicas e viciantes. Durante décadas, a estratégia para impedir doenças metabólicas e obesidade tem sido a educação: rótulos em alimentos, campanhas públicas e educação alimentar nas escolas. Mas há provas sólidas de que estas medidas apenas não funcionam, especialmente para substâncias com potencial de abuso. O problema fundamental é que vivemos no que pesquisadores sobre o vício chamam de um ambiente saturado. É preciso procurar muito para encontrar um bebedouro ou uma maçã fresca, mas máquinas de junk food lotam locais de trabalho, aeroportos, shopping centers e, pior ainda, escolas. Nosso ambiente saturado não torna só mais fácil obter produtos cheios de açúcar – ele torna mais difícil evitá-lo.
E aí entram regulamentações de saúde. Trata-se de tornar opções saudáveis mais acessíveis e baratas, e fazer com que as pessoas tenham de procurar mais por produtos que façam mal à saúde. Mais importante, se trata de fazer com que produtores e distribuidores aumentem a disponibilidade de alternativas mais saudáveis através de incentivos de mercado, como eliminar subsídios com base na quantidade de açúcar de produtos. Existe hoje um grande corpo de pesquisa internacional mostrando que tais estratégias simples são fáceis de implementar e afetam tangivelmente a saúde da população, comenta o .
Foto: Uwe Hermann / Creative Commons
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