Ministério
tem R$ 138 mi para eventos neste ano, sendo que a maioria dos recursos
vem de emendas parlamentares; 'Estado' revelou ofensiva do MP
O Estado de S.Paulo
Alvos
de investigações do Ministério Público Federal (MPF) e da
Controladoria-Geral da União (CGU), festas e eventos no interior do País
vão abastecer os cofres de prefeituras e entidades não governamentais
com R$ 137,7 milhões do orçamento do Ministério do Turismo para 2012.
Grande
parte desse valor - R$ 115 milhões - vem de emendas parlamentares. Ao
todo, 151 deles destinaram verba para eventos no Orçamento de 2012. Em
anos anteriores, a CGU identificou relações entre os autores das
emendas e as empresas organizadoras dos eventos. Nos próximos dias, o
ministério publicará portaria disciplinando as transferências
voluntárias, estabelecendo inclusive novas exigências para apoio a
eventos.
Como
o Estado revelou ontem, a Procuradoria da República ajuizou 31 ações de
improbidade administrativa após identificar irregularidades nos
convênios para festas no interior de São Paulo. Em nota, o ministro do
Turismo, Gastão Dias Vieira, informou: "Vamos definir regras e
critérios claros para o apoio a eventos. Só receberão recursos públicos
aqueles que fomentem ou fortaleçam o desenvolvimento das atividades
turísticas e promovam a imagem do destino turístico". De 396 convênios
celebrados para a realização de eventos no ano passado, 89 foram
cancelados.
Desde
dezembro, o pagamento de cachês a artistas e bandas está proibido. Um
grupo de trabalho do ministério analisou todos os contratos firmados no
ano passado e que tinham exclusividade. Pela nova regra, prefeituras e
entidades que não apresentarem as declarações de exclusividade não
receberão os recursos referentes ao pagamento dos artistas e bandas.
Segundo
o Ministério Público, prefeituras usavam "cartas de exclusividade" com
artistas para burlar a Lei de Licitações. As empresas contratadas não
representavam exclusivamente o artista e detinham apenas declarações
para apresentações nos dias e horários previamente estabelecidos para
os shows.
Nos
anos de 2010 e 2011, foram instauradas 1.012 Tomadas de Contas
Especiais (TCE) para apurar irregularidades em eventos. Desse total,
674 estão sendo analisadas pela pasta, 234 foram enviadas à CGU, ao
Tribunal de Contas da União ou inscritas no cadastro de inadimplentes.
Só 131 foram aprovadas.
A
CGU questiona ainda a celeridade da tramitação dos convênios de festas
no Ministério Turismo. Segundo o órgão de controle interno, os
contratos são firmados um ou dois antes da realização dos eventos,
prejudicando ou mesmo inviabilizando a análise do projeto apresentado.
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