O governo do Estado deve
entregar ao Ministério Público, até 30 de março, levantamento dos
servidores contratados sem concurso público.
O prazo foi fixado, nesta
quarta-feira (15), em uma reunião entre o coordenador da Comissão de
Combate aos Crimes de Responsabilidade e à Improbidade Administrativa
(Ccrimp), promotor Carlos Romero Paulo Neto, e a secretária de
Administração do Estado, Livânia Farias.
Durante a reunião, a
secretária apresentou os esclarecimentos sobre o aumento dos servidores
contratados sem concurso. “O Ministério Público firmou um termo de
ajustamento de conduta com o Estado, em 2011, que previu desligamento de
50% dos servidores inicialmente, o que foi cumprido no primeiro
momento. A secretária justificou que houve um incremento de demanda, por
causa do início das aulas nas escolas estaduais e a implementação de
projetos do âmbito da Secretaria de Educação, por isso foram necessárias
novas contratações e recontratações, exclusivamente para a área de
educação”, informou o promotor.
O coordenador da Ccrimp
disse ainda que o reordenamento da rede escolar feito pelo Estado
resultou no desligamento de aproximadamente 4 mil servidores da área da
educação. “Com a extinção de 191 escolas ocorrida pelo reordenamento,
cerca de 4 mil servidores vinculados sem concurso foram desligados,
segundo informações da secretária. Existe a perspectiva de nomeação 1040
servidores da educação aprovados no concurso de 2011 até março e, por
isso, novos desligamentos deverão ser feitos”.
Carlos Romero ressaltou que
este reordenamento não vai causar prejuízo aos alunos, segundo informou
a secretária. “Foram fechadas unidades de ensino que funcionavam em uma
sala de aula, os servidores efetivos foram redimensionados para outras
áreas e os pró-tempore desligados. Os alunos não terão prejuízo porque
foram inseridos em escolas municipais ou em outras unidades estaduais. O
MP não pode pretender nesse procedimento traz prejuízos ao oferecimento
dos serviços”, declarou.
Outro compromisso assumido
pela secretária, de acordo com o promotor, foi a de apresentar até o
final do ano um cronograma de realização de concursos público em todas
as áreas. “A secretária nos informou que estudos estão em andamento e
uma consultoria será contratada para fazer levantamento das vagas e
demandas para a realização de concursos durante a atual gestão. Essa
consultoria especializada vai identificar áreas onde há demanda
prioritária para concursos. O objetivo é a substituição gradual dos
prestadores de serviço, disso o MP não abre mão. Portanto, esse concurso
não deve só repor vagas existentes mas também contemplar a´áreas
inchadas com remanescentes vinculados sem concurso”, afirmou.
O promotor também falou que
o Estado não terá liberdade para contratar durante o período em que
esse estudo para os concursos estiver sendo feito. “Deve-se conciliar a
exigência da lei com a razoabilidade da continuidade do serviço público.
Só houve a necessidade de contratação na área de educação, na área da
saúde, por exemplo, só houve desligamento. Portanto, percebemos que
existe esse ânimo no Estado de se adequar à legislação”, disse.
“O objetivo do MP nessa
investigação não tem, preliminarmente, caráter repressivo. O Ministério
Público está sensível à dimensão do problema que é de décadas. Isso não é
de uma gestão, são décadas de descumprimento à legislação. Nosso
objetivo é encaminhar soluções, cobrar do governo essas soluções”,
observou o promotor.
De acordo com Carlos
Romero, o próximo passo será a análise da documentação que será entregue
até o dia 30 de março. “Vamos analisar dados, verificar e acompanhar
junto ao governo, cronograma de concursos para as diversas áreas”,
afirmou.
A secretária Livânia Farias
comentou que a reunião saiu a contento e que o Estado prestou os
esclarecimentos necessários ao Ministério Público. “Tivemos novas
contratações por causa do acréscimo de serviços e demanda das 1038
escolas estaduais”, explicou.
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