DE SÃO PAULO
Lotes do achocolatado Toddynho vão passar por recall, informou nesta quinta-feira o Ministério da Justiça. A campanha abrange aproximadamente 80 unidades do produto, colocadas à venda no Rio Grande do Sul.
Amostras analisadas pelo Centro Estadual da Vigilância em Saúde do Estado apontaram pH impróprio para o consumo. Até hoje, foram notificadas 32 ocorrências suspeitas de intoxicação pelo produto em 12 municípios do Rio Grande do Sul.
Com o recall, a PepsiCo deve fazer troca por produto similar ou restituir valores. Na semana passada, o Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor, do Ministério da Justiça, havia enviado notificação à empresa para que prestasse esclarecimentos sobre o produto.
A PepsiCo admitiu que houve falhas no processo produtivo em sua fábrica de Guarulhos (Grande São Paulo). O erro fez com que embalagens de Toddynho contivessem produtos de limpeza em vez de achocolatado.
Segundo o ministério, a empresa protocolou campanha de recall para recolhimento do Toddynho Original 200ml, dos lotes L4 32 05:30 a L4 32 06:30, com validade até 19 de fevereiro de 2012.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
Segundo amostras analisadas no Rio Grande do Sul, o achocolatado apresentou o pH 13,3, índice que se aproxima ao de materiais como água sanitária e soda cáustica. A escala vai de 0 a 14, sendo os valores mais altos os considerados alcalinos.
"A máquina produziu um pequeno lote que não tinha Toddynho. Era uma solução que nós usamos para lavar a máquina: água e uma concentração de detergentes de 2%", diz Vladmir Maganhoto, diretor da unidade de negócios Toddynho da PepsiCo.
"Pode conter soda cáustica", completou ele.
Maganhoto só deu entrevista após saber que a Folha ouviu de um funcionário da fábrica que um dispositivo defeituoso provocou o erro. Antes disso, a PepsiCo só emitia notas para a imprensa.
Sobre o problema, o diretor informou apenas que "houve uma falha no processo produtivo como um todo" e que a empresa está levantando evidências para que o problema não se repita.
Na linha de montagem da fábrica --que funciona 24 horas e produz 1,1 milhão de unidades de Toddynho por dia--, o achocolatado já pronto é levado dos tanques, por tubulações, até nove máquinas que envasam o produto.
Um dispositivo detecta quando o tanque está vazio e interrompe o processo. Isso permite a lavagem automática do tanque sem que os produtos de limpeza sejam envasados. O funcionário ouvido pela Folha disse que a falha ocorreu nesta etapa.
Maganhoto confirma que houve um problema no dia 23 de agosto, mas não precisou o tipo de anormalidade.
QUATRO MINUTOS
Segundo ele, o problema só foi percebido depois de quatro minutos do início da lavagem do tanque, quando funcionários viram as embalagens saindo quentes da esteira e interromperam o funcionamento da máquina.
O diretor diz que funcionários descartaram "uma grande parte" do que tinha sido envasado, porém 80 caixinhas de Toddynho podem ter saído da fábrica com o líquido da limpeza. A empresa tenta retirá-los do mercado.
Maganhoto diz que agora a prioridade é ajudar as vigilâncias sanitárias e as vítimas, mas que é prematuro discutir sobre indenizações.
DO:http://www1.folha.uol.com.br
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