Fonte: Folha de São Paulo
Hostilizado por um grupo de manifestantes em sua curta participação nos atos de domingo (13), o senador Aécio Neves (MG) diz ter recebido as vaias com naturalidade.
Ressaltou, porém, que, sem a política, as ruas de domingo (13) não terão a solução que desejam. Presidente nacional do PSDB, Aécio admite um acerto de procedimentos com o PMDB para tirar Dilma Rousseff do poder. Mas deixa claro que não há acordo para interromper o processo que corre no Tribunal Superior Eleitoral não só contra Dilma, mas também contra o vice Michel Temer (PMDB-SP).
“Não cessará porque o TSE tem rito próprio”, afirma.
Para ele, a saída mais legítima para a crise continua sendo convocação de novas eleições –cenário que tiraria o PMDB do jogo–, mas não é necessariamente a “solução” mais rápida.
Folha – As manifestações de domingo (13) aceleram o processo de impeachment?
Aécio Neves – O 13 de março vai ser lembrado como o dia em que os brasileiros pegaram seu destino nas mãos e disseram basta. Os brasileiros já não esperam nada deste governo e esperam muito da oposição.
Aécio Neves – O 13 de março vai ser lembrado como o dia em que os brasileiros pegaram seu destino nas mãos e disseram basta. Os brasileiros já não esperam nada deste governo e esperam muito da oposição.
Por que, então, o sr. e o governador Geraldo Alckmin foram vaiados?
Recebi isso com absoluta naturalidade, pois uma parcela amplamente majoritária da população compreende que ou há essa conexão das ruas com a política ou não há consequência prática para canalizar esse sentimento da população.
Recebi isso com absoluta naturalidade, pois uma parcela amplamente majoritária da população compreende que ou há essa conexão das ruas com a política ou não há consequência prática para canalizar esse sentimento da população.
Sem a política, não há solução. Eu iria dez vezes às manifestações independentemente de uma ou outra pessoa ter considerado oportunista. Seria muito mais fácil ter ficado em casa. Fui e cumpri o meu papel.
O que acontece agora?
O governo acabou.
O impeachment é uma possibilidade?
É. Talvez aquela que apareça com maior vigor e não pode ser descartada, pois distenderá os ânimos e permitirá minimamente um reinício, por mais que saibamos que não será simples, pois sempre vai faltar a legitimidade do voto.
O governo acabou.
O impeachment é uma possibilidade?
É. Talvez aquela que apareça com maior vigor e não pode ser descartada, pois distenderá os ânimos e permitirá minimamente um reinício, por mais que saibamos que não será simples, pois sempre vai faltar a legitimidade do voto.
A Temer?
É. Mas até essa solução, que sempre vimos com muita preocupação, tem de ser admitida por nós. O ponto de convergência dos que foram e dos que não foram às ruas é que a presidente perdeu as condições de governar. É melhor sem ela. Mas há outros caminhos colocados, como o do TSE. É uma possibilidade, pelo acúmulo de denúncias e afirmações que chegam demonstrando financiamento ilegal da campanha com propina.
É. Mas até essa solução, que sempre vimos com muita preocupação, tem de ser admitida por nós. O ponto de convergência dos que foram e dos que não foram às ruas é que a presidente perdeu as condições de governar. É melhor sem ela. Mas há outros caminhos colocados, como o do TSE. É uma possibilidade, pelo acúmulo de denúncias e afirmações que chegam demonstrando financiamento ilegal da campanha com propina.
O impeachment interrompe o processo no TSE? Há acordo com o PMDB?
Não existe acordo. Até porque, do ponto de vista legal, não há sequer como fazê-lo. A contundência das provas pode levar o TSE também a julgar procedente a nossa ação. Não tem possibilidade de ser interrompida.
Não existe acordo. Até porque, do ponto de vista legal, não há sequer como fazê-lo. A contundência das provas pode levar o TSE também a julgar procedente a nossa ação. Não tem possibilidade de ser interrompida.
Então o PSDB não vai retirar o processo contra Dilma e Temer?
Não, nem há possibilidade de fazê-lo. Ele já está num nível de coleta de provas e terá um desfecho. Hoje o processo não é mais do PSDB. É do tribunal.
Não, nem há possibilidade de fazê-lo. Ele já está num nível de coleta de provas e terá um desfecho. Hoje o processo não é mais do PSDB. É do tribunal.
Como, então, viabilizar o diálogo entre PSDB e PMDB para um eventual “pós-Dilma”?
Ele se inicia com responsabilidade e deve ter outras etapas. É muito importante que PMDB e PSDB, além de outras forças políticas, conversem sobre o dia seguinte.
Ele se inicia com responsabilidade e deve ter outras etapas. É muito importante que PMDB e PSDB, além de outras forças políticas, conversem sobre o dia seguinte.
As conversas começam a ser construídas com um cenário sem a presidente da República. Acho que o PSDB, qualquer que seja o desfecho, tem responsabilidade com país.
Qualquer apoio ao próximo eventual governo é necessariamente apoio a uma agenda de reformas que a presidente perdeu as condições de fazer.
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