Matheus Lombardi
Do UOL Economia, em São Paulo
"Amansa Sogra", "Atrás do Saco", "Amansa Corno", "Kara de Pau", "Fruta rara" e "Kipresente" são apenas algumas das marcas de cachaça que trazem no nome a tradição popular da bebida. Os nomes com duplo sentido fazem a alegria dos consumidores, apesar da dificuldade de pronúncia para os estrangeiros.
A chegada de grandes eventos esportivos nos próximos anos e o crescimento da economia fazem com que a curiosidade internacional pela cultura do país aumente. Para o especialista em marcas da ESPM Júlio Moreira, a cachaça é um dos produtos que mais podem beneficiar-se desse momento.
“A bebida tem uma identificação muito forte com a região onde ela é produzida. A tequila mexicana, a vodca russa e o vinho francês são exemplos disso. A cachaça é um grande sinônimo de brasilidade. As nossas marcas são muito valorizados lá fora, mesmo que a pessoa não saiba o que significa a palavra. O que vale mesmo é a qualidade do produto e de onde ele vem”, declarou.
Para o especialista, até agora outros países aproveitaram melhor as oportunidades que tiveram para divulgar as bebidas tradicionais de cada continente.
"Temos exemplos claros de boas ações de marketing. A cachaça ainda tem um longo caminho a percorrer para conseguir chegar ao mesmo patamar de bebidas de outros países", declarou.
Há 20 anos, o empresário Delfino Golfito criou a maior rede de franquias especializada em cachaça do país, Água Doce, hoje com mais de cem lojas. Para ele, a bebida carrega nos nomes e nos sabores a história do povo brasileiro.
“A cachaça sempre sofreu no país, desde a época dos escravos quando chegou a ser até mesmo proibida para alguns. A marca de cada cachaça traz a história de lutas e conquistas da nossa gente. O homem da roça tinha muito orgulho da cachaça que produzia.Hoje, somos muito gratos a esses bravos que criaram essa bebida maravilhosa”, afirmou.
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