Dois
anos após trocar o PT pelo PV, a ex-senadora Marina Silva deve anunciar
na próxima terça-feira, 28, sua saída do Partido Verde. Desgastada
pelas divergências com a executiva nacional do PV, a ex-presidenciável
deve formalizar sua decisão em São Paulo, após reunião com o Movimento
Marina Silva, grupo apartidário que atuou na campanha presidencial da
ex-senadora no ano passado.
Marina
deve falar em nome de um grupo de aliados, entre eles o ex-presidente
do diretório estadual do PV-SP, Maurício Brusadin, o ex-coordenador da
campanha presidencial do PV, João Paulo Capobianco, o ex-candidato ao
Senado por São Paulo, Ricardo Young, e o empresário Guilherme Leal, que
foi seu vice na chapa presidencial.
Os
aliados da ex-senadora devem retomar o Movimento Brasil Sustentável, de
onde pretendem fazer a articulação política para 2014. O objetivo não é
fundar um partido para disputar as eleições em 2012 - uma vez que não
há tempo hábil para disputar a eleição municipal do próximo ano -, mas
fazer com que o Movimento tenha potencial para se tornar um novo
partido.
Segundo
aliados próximos, Marina e seu grupo tomaram a decisão nesta semana,
antes de sua viagem para a Espanha, onde proferiu palestra. Nos últimos
dias, a ex-senadora tem feito reuniões com seus colaboradores e pretende
se reunir com todos os segmentos sociais que apoiaram sua campanha para
explicar sua saída do PV. "Queremos que as pessoas entendam. Isso tem
que ficar claro para todos", justificou Brusadin.
O
grupo de Marina Silva tem batido de frente com o grupo do presidente da
legenda, o deputado federal José Luiz Penna (SP), sobre a realização de
mudanças internas, entre elas a democratização dos diretórios do PV.
"Eu já estou convencido que no PV não dá mais", desabafou Brusadin.
Luciano
Zica, que fez parte da coordenação da campanha de Marina Silva no ano
passado, também deixará a legenda. "Eu já tomei minha decisão. Espero
sair junto com ela", afirmou. De acordo com Zica e Brusadin, as
conversas dos últimos dias com os apoiadores têm sido fundamentais para a
ex-senadora avaliar a dimensão política da sua decisão. "Essa semana
ela completa o ciclo", avisou Brusadin.
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