Pastoras lésbicas querem fazer 'evangelização' na Parada Gay de SP
Lanna Holder e Rosania Rocha dizem que movimento perdeu o propósito.
Organização diz que evento continua reivindicando direitos humanos
Três semanas depois de inaugurar uma igreja inclusiva e voltada para
acolher homossexuais no Centro de São Paulo, o casal de pastoras Lanna
Holder e Rosania Rocha pretende participar da Parada Gay de São Paulo,
em 26 de junho, para "evangelizar" os participantes. Estudantes de
assuntos ligados à teologia e a questões sexuais, as mulheres encaram a
Parada Gay como um movimento que deixou de lado o propósito de sua
origem: o de lutar pelos direitos dos homossexuais.
“A história da Parada Gay é muito bonita, mas perdeu seu motivo
original”, diz Lanna Holder. Para a pastora, há no movimento
promiscuidade e uso excessivo de drogas. “A maior concepção dos
homossexuais que estão fora da igreja é que, se Deus não me aceita, já
estou no inferno e vou acabar com minha vida. Então ele cheira, se
prostitui, se droga porque já se sente perdido. A gente quer mostrar o
contrário, que eles têm algo maravilhoso para fazer da vida deles. Ser
gay não é ser promíscuo.”
As duas pastoras vão se juntar a fiéis da igreja e a integrantes de
outras instituições religiosas para conversar com os participantes da
parada e falar sobre a união da religião e da homossexualidade. Mas
Lanna diz que a evangelização só deve ocorrer no início do evento.
“Durante [a parada] e no final, por causa das bebidas e drogas, as
pessoas não têm condição de serem evangelizadas, então temos o intuito
de evangelizar no início para que essas pessoas sejam alcançadas”, diz.
Leandro Rodrigues, de 24 anos, um dos organizadores da Parada Gay, diz
que o evento “jamais perdeu o viés político ao longo dos anos”. “O fato
de reunir 3 milhões de pessoas já é um ato político por si só. A parada
nunca deixou de ser um ato de reivindicação pelos direitos humanos. As
conquistas dos últimos anos mostram isso.”
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